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Toda psicologia individual é psicologia social

  • Foto do escritor: Tiago Caloto
    Tiago Caloto
  • 2 de out. de 2024
  • 1 min de leitura

desenho de multidão

"O mais íntimo do ser humano nos leva ao mais essencial do social e os problemas mais fundamentais da sociedade se inscrevem no corpo e no psiquismo".


Eugène Enriquez (Da horda ao Estado, 1983).


Enriquez afirma que a psicanálise nos confronta com o problema do poder, pois ela nos mostra que o vínculo social é, antes de mais nada, um vínculo de poder.


É o que a clínica freudiana nos leva a concluir.


No âmago do indivíduo tomado pela neurose, Freud encontrou os mecanismos opressores da cultura.


A partir disso, Freud passa a compreender a profunda dialética entre indivíduo e sociedade. Ambos se constituem mutuamente. E como ninguém vive à margem da sociedade a que pertence, toda psicologia individual, será, portanto, ao mesmo tempo, social.


Desse modo, lançar um olhar investigativo para a cultura seria imprescindível para alguém que se propusesse a construção de uma teoria que intentasse reconhecer e esclarecer as raízes psicossociais do mal-estar da humanidade.


Por conta disso, para aprofundar sua análise sobre o que nos faz humanos, a psicanálise terá que expandir o escopo de suas investigações para a história, os mitos, as religiões, as instituições socioculturais. Assim, ela terá que se haver com os conflitos sociais, a formação das ideologias, a dominação econômica, as vicissitudes dos sistemas políticos.


Afinal, os modos de sofrimentos dos quais padecemos partem de regimes sociais específicos, cujos dispositivos visam controlar as nossas formas mais íntimas de pensar, desejar e sentir.

 
 

Tiago Carvalho Psicólogo Clínico - CRP 06/198383

(34) 9 9231 7846

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